quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

LAMBADA DE SERPENTE criação de dois mestres.

Uma das figuras mais marcantes e criativas da cultura brasileira nos difíceis anos 1970 e 80, Antônio Carlos Ferreira de Brito, o Cacaso, participou criticamente do que se chamou “poesia marginal”, criando coleções de poesia, escrevendo artigos em jornais e revistas, além de ter sido letrista de músicas como Lero-lero, Face a face, Dentro de mim mora um anjo, Amor... amor, etc. E entre seus parceiros estiveram nomes como Djavan,Tom Jobim, Edu Lobo, Sueli Costa, Maurício Tapajós, Nelson Angelo, Toninho Horta, Sivuca e João Donato.
Leitor inteligente de críticos e teóricos marxistas, seus ensaios, artigos e resenhas foram reunidos no volume Não quero prosa, organizado por Vilma Arêas (Rio de Janeiro: Ed. UFRJ & Unicamp, 1997). Sua poesia, porém, só recentemente foi recolhida no livro Lero-lero, publicado pela Cosac & Naify Edições em co-edição com a Editora 7 Letras. E toda a sua obra e presença, interrompidas pela morte prematura em 1987, podem ser revistas agora em Tributo ao poeta, letrista e ensaísta Cacaso.


Parceria  DJAVAN E CACASO

"cuidá dum pé de milho, que demora na semente
meu pai disse meu filho, noite fria, tempo quente
lambada de serpente a traição me enfeitiçou
quem tem amor ausente já viveu a minha dor
no chão da minha terra, um lamento de corrente
um grão de pé de guerra, pra colher dente por dente"




Sérgio balacuda e Flavius Brasil
Sera que faz-se alusão a plantar um amor e esperar o tempo certo de colher e a dor de um amor ausente pode ser tão intenso como uma corrente, e no fim colhemos o que plantamos “pé de guerra” e “dente por dente”. Por Sérgio balacuda.

Um comentário:

  1. Ballacuda, vejo vc como um bom vinho companheiro, quanto mais velho, melhor fica.
    Parabéns!!!
    Geovanni Cavalcanti

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